Dois ex-gerentes do Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp), que eram responsáveis pela execução do contrato milionário da autarquia com a Aegea Engenharia, não compareceram à oitiva da CPI da Câmara, na tarde desta quinta-feira, 1º de dezembro. Leonardo Cavalcanti e Rafael Luciano eram cargos comissionados e já teriam sido demitidos, segundo a assessoria de imprensa do Daerp.
O presidente da CPI, Marcos Papa (Rede), disse que tem a confirmação do recebimento da convocação pela autarquia. Sem justificativa para as ausências, que não teriam sido comunicadas previamente, os ex-gerentes poderão ser alvo de condução coercitiva para depor. Outros dois convocados compareceram: Marciano Correa (geólogo) e Laércio Cardoso (engenheiro elétrico), que eram nomeados como fiscais dos serviços.
Eles detalharam como era realizado o trabalho em cada área. Marciano diz que fiscalizou a perfuração de 13 poços artesianos e que não viu irregularidades da empresa subcontratada pela Aegea. Laércio alegou desconhecimento da função de fiscalização, mas na parte do trabalho que acompanhou também não viu ilegalidades. Confirmaram que não tinham proximidade com o ex-superintendente, Marco Antônio dos Santos, ou com o ex-diretor técnico, Luiz Mantila, apesar das relações profissionais.
Os depoentes comentaram apenas questões técnicas e disseram que não tiveram acesso a custos ou acompanhamento dos valores previstos no contrato. Para a CPI, ainda existem mais pessoas coniventes com a fraude ou compelidas a participar dela. As próximas etapas da investigação ainda não foram antecipadas pela comissão.
Na última reunião, realizada na semana passada, outros cinco fiscais informaram à CPI que sequer sabiam que tinham essa função e relataram que só tiveram conhecimento que deveriam fiscalizar as obras quando as denúncias da Sevandija vieram à tona. O nome deles faz parte do contrato, mas eles declararam que nunca foram comunicados oficialmente.
Tribuna Ribeirão