Sobre a chacina dos gatos no cemitério da Saudade

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Marcos Papa – O caso da chacina dos gatos do cemitério da Saudade envolve três problemas crônicos em Ribeirão: a falta de políticas públicas voltada à conscientização da posse responsável, a falta de políticas públicas efetivas de castração de animais domiciliados e errantes e a falta de controle e punição em casos de abandono.

Quando tratamos de casos como o ocorrido, com requintes de crueldade, paramos para analisar a que ponto chega a falta de controle e segurança pública. Um patrimônio público tombado pelo seu valor histórico e cultural deveria ter, ao menos, um reforço na segurança e fiscalização de modo a evitar depredações no local. Com isso, indiretamente, casos de matança indiscriminada como este poderiam ser evitados. E mais, antes mesmo de evitar um crime como este, poderia evitar até mesmo o abandono de gatos no local, que é o problema precedente da revoltante ação.

Faz-se necessário e urgente, a implantação de uma política pública voltada à conscientização sobre a posse responsável e de castrações em massa. Muitos proprietários deixam de castrar seus animais, muitas vezes por falta de condições financeiras ou falta de informação, e quando estes dão cria, acreditam que deixa-los em um local público como ponto de abandono irá resolver o problema. Esquecem que resolvem apenas o seu próprio problema e não pensam nas consequências deste abandono: animais reproduzindo exponencialmente, saúde pública e sobrecarga dos protetores de animais que acabam se responsabilizando por estes locais. Esquecem que estes protetores não têm responsabilidade alguma sobre estes animais, mas, movidos por amor e compaixão, abdicam de seus bens materiais e conforto para dar condições mínimas de cuidado para estes animais.

Este é um problema gravíssimo que envolve diversos pontos de abandono na cidade. É necessário conscientização, castração e punição em casos de abandono e maus tratos. Do contrário, o problema continuará caminhando para o mesmo rumo, sem expectativa de melhora e, o que é pior, tendendo a ficar cada dia pior.