“A população não quer só uma casa, a população quer e tem o direito de estar inserida na cidade, precisa ter infraestrutura, precisa de locomoção, escola, creche, unidade de saúde, equipamentos de lazer e cultura próximos. A Prefeitura de Ribeirão Preto precisa ter cuidado ao realizar e permitir expansões urbanas para não isolar pessoas. Os moradores do Jardim Cristo Redentor, bairro recém inaugurado do outro lado do Anel Viário Norte, estão passando sérias dificuldades”.
A afirmação é do vereador Marcos Papa (Rede) que, a pedido de moradores, visitou o bairro, na última quarta-feira (13) e constatou “situações de crueldade” principalmente envolvendo mães e crianças, como é o caso da diarista Vanessa Gonçalves Clemente que precisa acordar às 4h para conseguir deixar o filho na creche de outro bairro às 7h.
A creche do novo bairro ainda não foi inaugurada. No trajeto a pé, com a criança no colo, Vanessa arrisca a vida dela e do filho ao longo da movimentada via de mão dupla, que passa debaixo do Anel Viário, sem calçada e com mato alto dos dois lados. Outra opção é fazer o trajeto de ônibus e descer num ponto da avenida Dom Pedro, no Alto do Ipiranga. Segundo Vanessa, neste caso são quase duas horas até a creche do outro bairro.
O ponto de ônibus do bairro novo não conta com bancos e cobertura. Lá os moradores aguardam o transporte público em pé, no sol ou na chuva.
Na quarta-feira, Marcos Papa encontrou a faxineira Lilian, outra moradora, aguardando ônibus na garoa com o filho pequeno no colo. Ela pegaria dois ônibus até a unidade de saúde do Parque Ribeirão. A UBS do bairro novo também não foi inaugurada ainda.
“É uma crueldade do Poder Público permitir que as pessoas aguardem o transporte público assim. A Prefeitura não gasta nem um real para colocar bancos e cobertura nos pontos de ônibus, se fizer uma concorrência bem feita. A quadrilha que foi afastada da Prefeitura roubava e agora vemos uma preguiça absurda em fazer uma licitação bem feita para que os pontos de ônibus tenham propaganda”, atacou Marcos Papa.
O vereador acrescentou: “Não tem creche funcionando, não tem posto de saúde, não tem ponto de ônibus digno, mas o carne do IPTU já chegou. É desumana a realidade de quem mora nos extremos da nossa cidade precisando pegar dois ônibus para levar o filho no posto de saúde ou na creche. A Prefeitura precisa agilizar os equipamentos comunitários e urbanos do Jardim Cristo Redentor porque o povo precisa ser atendido”.