Eu gosto muito dessas grandes festas que atraem gente de todo canto. Além de darem uma oxigenada na economia local, é bonito ver um monte de gente feliz desfilando suas melhores roupas pra se dar bem na azaração, tudo ao som de um bom show. Por outro lado, uma ideia que eu realmente não consigo aceitar é a história de se interligar toda essa boa festança com uma aparente necessidade de provas “esportivas” envolvendo animais. Será que já não temos diversão suficiente sem precisar judiar da bicharada? É preciso pensar nisso.
Há quem julgue que eu possa estar exagerando, mas a meu ver, é uma baita judiação atiçar um cavalo ou um touro e fazê-lo tentar, desesperadamente, se livrar do peão que o monta, pulando de um lado para o outro numa arena, estressado por apetrechos, luzes e sons altos – só pra se saber qual é o cowboy mais legal do oeste. O pior de tudo é que se você concorda comigo e for a uma festa de rodeio só para namorar ou para ver o show, estará financiando diretamente toda a crueldade!
Ribeirão Preto passou muitos anos sem provas de rodeio, graças à mobilização de ativistas e de ongs, como a histórica Pau Brasil. Agora, esse traço da cultura norte americana que tanto insistimos em imitar, aportou novamente na bendita Califórnia brasileira. Mas eu acredito que além de cruéis essas provas são desnecessárias, pois a maior parte das pessoas frequenta as festas de rodeio pela balada em si, não pelas arenas.
Desde o início do meu mandato como vereador, apoio os grupos de proteção animal da nossa cidade. Admiro o ativismo da AVA e a luta do movimento Rodeio Sem Animais, que já coletou mais de 9 mil assinaturas a favor do projeto de Lei de iniciativa popular contra a realização do rodeio. Também vejo com ótimos olhos a articulação da Focinhos S.A. e do projeto Murilo Pretinho que estão tentando impedir a realização das provas de rodeio desde 2012 – há que se destacar também que a própria OAB questionou oficialmente a legalidade da realização de provas com animais em área urbana, junto ao Ministério Público. Entendo que todas essas ações demonstram a confluência da vontade popular: queremos manter e promover o circuito de shows musicais e demais atrações, sem continuar relacionando toda essa alegria com maus tratos aos animais.
Estou nessa luta como cidadão e como parlamentar. Quero o fim do uso de animais nos rodeios e dou meu total apoio às entidades, organizações e movimentos que concordam com esse propósito!
Marcos Papa
