Duas propostas do vereador Marcos Papa (Rede) serão debatidas no Congresso Nacional, nas próximas semanas: a instituição do Dia Nacional de Conscientização sobre a Síndrome de Edwards e o Dia Nacional da Castração.
Após reunião com Marcos Papa, o senador Randolfe Rodrigues (Rede) abraçou as pautas do vereador e anunciou que, pela importância dos temas, irá além das solicitações. Além de propor a instituição dos respectivos dias no calendário nacional com vistas à conscientização, Randolfe apresentará projetos criando políticas públicas nas duas áreas.
A reunião ocorreu no início da semana, em Brasília-DF, onde Papa representou a Câmara de Ribeirão Preto no 8° Fórum Mundial da Água. A reunião com Randolfe ocorreu no Senado e contou com a participação de Marília Castelo Branco, presidente da Associação Síndrome do Amor, que atende no País 1.440 famílias, cujos filhos nasceram com síndromes genéticas raras.
“Voltamos muito felizes. O senador pode criar políticas públicas, ação que um vereador está constitucionalmente impedido. A Associação tem uma estatística que mostra que, nas famílias de melhor poder aquisitivo, as crianças sobrevivem por mais tempo e têm mais qualidade de vida porque podem fazer exames, fisioterapia e contam com transporte. Porque não oferecer tudo isso às famílias vulneráveis que tiverem um filho com uma síndrome severa? É esse tipo de política pública de extrema importância que Randolfe irá apresentar, a nosso pedido”, ressaltou Marcos Papa.
Síndrome de Edwards
Marcos Papa explicou que a Síndrome de Edwards é mais severa que a de Down, pois mata a criança muito rapidamente. “A relevância dessa proposta, que apresentei ao Randolfe, é em primeiro lugar para conscientizar a população, em segundo pelo trabalho que a Síndrome do Amor faz. Nas famílias brasileiras, que têm filho com Síndrome de Edwards ou com uma síndrome severa, 80% dos maridos abandonam o lar. Um número doloroso. Já nas famílias atendidas pela Associação essa estatística despenca para 20%. É admirável o trabalho de acolhimento, carinho e atenção que realizam”, enfatizou.
Na página da ONG no Facebook, Marília Castelo Branco celebrou o “dia histórico para a Síndrome de Edwards”. Para a presidente da Associação, “a informação de qualidade tem sido a nossa maior conquista. Os artigos científicos sobre a Síndrome de Edwards estão desatualizados, não existe ainda um protocolo médico específico. As famílias não são carentes apenas de atendimento, mas as equipes médicas muitas vezes não sabem o que fazer. Ter apoio em nível nacional trará luz a essa questão que abala milhares de crianças e as que ainda nem nasceram!”.
Castração
Outra proposta de Marcos Papa acolhida pelo senador Randolfe Rodrigues diz respeito à instituição do Dia Nacional de Castração. “Temos o Dia Nacional da Vacinação Contra Raiva, mas não temos o Dia Nacional da Castração. A castração é o preventivo, é agir antes de a situação ficar grave, como está ocorrendo em Ribeirão Preto, onde estima-se que existam 108 mil animais de rua, que além do sofrimento a que esses cães e gatos são submetidos, trazem um grave risco à saúde pública”, frisou Papa, que é presidente da Comissão Permanente de Defesa dos Direitos dos Animais da Câmara de Ribeirão Preto.
Radolfe também se comprometeu a propor políticas públicas ligadas à castração animal. “Ribeirão Preto está acompanhando a gravidade da situação da Coordenadoria de Bem-Estar Animal que, além de eutanasiar em desacordo com a lei, está assassinando animais não aguardando um período para observação e tratamento. Mais de 90% dos animais que foram eutanasiados em 2017 foram sacrificados no mesmo dia em que deram entrada na CBEA, de acordo com os prontuários que recebemos da própria coordenadoria. Isso é assassinato. Isso é inaceitável”, criticou.
Para Marcos Papa, é fundamental que os governos (União, estados e municípios) invistam em castração. O vereador está coletando assinaturas da população em um abaixo-assinado (https://bit.ly/CastracaoJa) que será enviado ao Congresso Nacional. “Além de investirem recursos em castração, as prefeituras precisam firmar parcerias com ONGs e universidades. No caso de Ribeirão, o que não pode é continuar como está: protetores de animais, verdadeiros heróis anônimos, fazendo muito mais do que a administração consegue fazer”, concluiu.