Parques tecnológicos são ambientes voltados à promoção da ciência, tecnologia e inovação. São empreendimentos que concentram diversas estruturas destinadas a incentivar e gerar condições adequadas à instalação de empresas de base tecnológica (EBTs).
Oferecem estrutura física para construção de prédios para empresas e também muitos outros facilitadores para o desenvolvimento de novos produtos e processos, como centros de pesquisa, proximidade e facilidade de acesso a financiamentos públicos e privados, centro de eventos e outros.
Oferecem também um ambiente propício à interação das empresas com outras empresas para parcerias, licenciamento e transferência de tecnologias, com prestadores de serviço e entre as empresas e instituições de pesquisa, como universidades.
São estruturas presentes em diversos países como o famoso Vale do Silício na Califórnia, que visitei em 2009, o TagusPark de Lisboa e o Parque Científico de Barcelona e são responsáveis por incentivar e estimular a geração de inovação em diferentes áreas, sendo as principais, biotecnológica e farmacêutica, tecnologia da informação e comunicação, química, energia e equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos.
No Brasil, o movimento para instalação de Parques Tecnológicos é mais recente e alguns já se encontram em funcionamento, como o de São José dos Campos, onde estão concentradas empresas do setor de aviação, especialmente a Embraer e o TecnoPuc de Porto Alegre, com empresas de informática.
Mais especificamente no Estado de São Paulo o Governo do Estado criou o Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec) visando apoiar e dar suporte a instalação desses empreendimentos. Atualmente existem 30 iniciativas para implantação de Parques Tecnológicos no Estado, sendo que o PqTec de São José dos Campos foi o primeiro a receber o credenciamento definitivo no sistema, enquanto outras 18 iniciativas estão com credenciamento provisório, dentre elas a do nosso em Ribeirão Preto, mais Araçatuba, Barretos, Botucatu, Campinas com três iniciativas (Polo de Pesquisa e Inovação da Unicamp, CPqD e CTI-TEC), Ilha Solteira, Mackenzie-Tamboré, Piracicaba, Santo André, Santos, São Carlos com duas (ParqTec e EcoTecnológico), São José do Rio Preto, São Paulo com duas (Jaguaré e Zona Leste) e Sorocaba.
Aqui em Ribeirão Preto o nosso projeto é uma parceria entre a Prefeitura Municipal, desenvolvido e coordenado pela FIPASE (Fundação Instituto Polo Avançado da Saúde), a USP e o governo estadual. Nosso Parque Tecnológico terá como foco principal o Setor de Saúde e Biotecnologia e o de Equipamentos Médicos, Hospitalares e Odontológicos (EMHO). A escolha da área de atuação foi feita baseada num grande levantamento, realizado pela FIPASE, das vocações já desenvolvidas na cidade. O setor de saúde e biotecnologia deve-se a tradição de pesquisas desenvolvidas pelas diferentes faculdades da Universidade de São Paulo aqui instaladas, e também pelas pequenas empresas surgidas a partir das tecnologias geradas na universidade que estão concentradas na SUPERA, Incubadora de Empresas de Base Tecnológica, coordenada pela FIPASE. O setor de EMHO é resultado da grande concentração de empresas na cidade que desenvolvem e fabricam este tipo de equipamento com padrões de excelência que fazem de Ribeirão Preto um centro mundialmente reconhecido.
Para sua efetiva atuação, além de desenvolver as empresas locais, o parque pretende atrair centros de pesquisas de empresas dos setores alvo, tais como farmacêutico, químico, biotecnológico, equipamentos médicos, energia limpa e tecnologia da informação. Para se instalar no parque, um dos requisitos é que os centros de pesquisa não gerem resíduos poluentes, respeitando o meio ambiente. Ainda, o parque tem como objetivo atrair investidores privados, prestadores de serviços e instituições profissionalizantes como a FATEC, criando assim um ambiente favorável ao desenvolvimento de produtos e processos inovadores.
Essas ações tornarão o Parque Tecnológico de Ribeirão Preto num novo propulsor da atividade econômica regional e diversos benefícios serão gerados para a cidade. Podemos destacar os novos empregos que serão criados, retendo aqui a mão de obra altamente qualificada de nível superior e pós graduação formados anualmente por nossas universidades, a transformação das pesquisas realizadas na universidade em produtos e processos inovadores, o desenvolvimento da economia local pela instalação de novas empresas, e o crescimento da arrecadação de impostos pela inclusão de novos e maiores contribuintes. As empresas já instaladas aqui se fortalecerão, pois terão a disposição um centro equipado para pesquisa e desenvolvimento de seus produtos, maior facilidade de interação com empresas de grande e médio porte para prestação de serviços, parcerias e transferência de tecnologia e a proximidade com investidores privados. Todos terão oportunidades maiores para atração de investimentos em suas ideias e produtos inovadores. Finalmente, a cidade ganhará ao criar uma nova imagem, passando a ser vista como um polo desenvolvedor de novas tecnologias e que estimula a inovação.
