Por Monize Zampieri
“Há sete anos eu falo sobre o desrespeito com o usuário do transporte coletivo. Desrespeito e crueldade! Porque crueldade? Por que um ponto de ônibus com bancos, abrigo e iluminação não custa R$ 1 para a Prefeitura, se permitir uma publicidade”.
A declaração é do vereador Marcos Papa e refere-se a centenas de “espetinhos” espalhados pelo município – sinalização de pontos que não contam com bancos, cobertura e iluminação. Em um vídeo postado nas redes sociais, Papa mostra um “espetinho” instalado na Avenida Doutor Paulo Roberto Carlucci, próximo aos Condomínios Alphaville.
“Essa avenida dá acesso a condomínios de luxo. Não pode desrespeitar o usuário desse jeito, são dezenas de pessoas que trabalham por aqui. Um espetinho no meio do nada. Se cai uma chuva aqui ou no sol quente, como que a pessoa fica? E é assim que as pessoas sofrem todos os dias. O usuário do transporte público sofre assim todos os dias”, repetiu.
Papa acrescentou: “Passou da hora de a Prefeitura acabar com essa crueldade. É inadmissível isso. Prefeito, vamos reagir? Vamos mandar a Transerp fazer essa concorrência para termos pontos de ônibus com bancos, cobertura e iluminação. Passou da hora”.
Crítico ferrenho do sistema de transporte público de Ribeirão Preto, Papa protocolou mais um requerimento questionando o prefeito Duarte Nogueira sobre o reenvio à Câmara do projeto de Lei que autoriza a Prefeitura a explorar publicidade no mobiliário urbano. O documento deve ser votado em plenário na sessão desta terça-feira (11).
Há quase um ano e meio, liderados por Papa, os vereadores rejeitaram projeto do Executivo para autorização de propaganda no mobiliário urbano porque a receita não estava carimbada para melhorias no transporte público ou barateamento da tarifa.
Na época, Papa enviou ao Executivo uma minuta de como o projeto de Lei atenderia aos anseios da população e, desde então, cobra o reenvio do PL. “Porque é importante a propaganda nos abrigos? Por que a propaganda pode trazer recursos para melhorar o sistema, para termos pontos de ônibus com bancos, cobertura e iluminação, sem custar R$ 1 para a Prefeitura. Pelo contrário. É uma fonte de renda que pode, inclusive, baratear o preço da tarifa ao ser contabilizada na planilha de custo, como receita acessória”, enfatizou o vereador que presidiu a CPI do Transporte.