Em discurso na tribuna da Câmara, nesta quinta-feira (15), o vereador Marcos Papa (Rede) lamentou o assassinato da vereadora Marielle Franco, exigiu punição dos culpados e conclamou a população a se envolver com política. Papa também usou as redes sociais para lamentar a morte de Marielle e do motorista Anderson Pedro Gomes.
Leia o discurso:
“Hoje é um dia de luto para todo o Brasil. Hoje é um dia de luto para todos os Poderes Legislativos do Brasil. Hoje é um dia de luto para todos os brasileiros. Nós tivemos, ontem, a perda de uma vereadora pela cidade do Rio de Janeiro, assassinada ao que tudo indica a mando, foi uma execução na qual ela foi acompanhada e perseguida por quatro quilômetros. Então nós estamos nessa noite a lamentar profundamente que o Brasil, em particular o Estado do Rio de Janeiro, tenha chegado a esse nível de degradação na qual uma parlamentar mulher, negra, ativista, preocupada com a favela onde nasceu, a favela da Maré, é assassinada brutalmente. A eleição da Marielle foi uma resposta da sociedade carioca às manifestações de 2013 nas quais a população pediu decência, acima de tudo decência na vida pública, e nós tivemos o assassinato dela ontem. O que eu espero agora que o ministro Raul Jungmann determinou à Polícia Federal que participe das investigações, nós, parlamentares, que temos imunidade para fazer as acusações pesadas que fazemos dessa tribuna, ao Ministério Público, na atividade parlamentar, não podemos tolerar que uma parlamentar seja assassinada no exercício do mandato. Isso é inaceitável. E eu espero que essas forças de segurança que estão tardiamente no Rio de Janeiro, numa operação necessária, porém, visivelmente eleitoreira pelo ano no qual é feita. Uma operação espanta barata, como foi na Copa do Mundo, nas Olimpíadas, agora, mais uma vez, o Exército ocupa o Rio de Janeiro, pago com o nosso bolso, porque Sérgio Cabral está na cadeira, Pezão deveria estar na cadeia, mas não está. Eu espero, assim o Brasil deseja, que os responsáveis sejam encontrados e punidos, de acordo com a lei. Nós não podemos tolerar esse nível de degradação na vida pública brasileira porque todos nós aqui envolvidos em investigações duras, como as que levaram os envolvidos na Operação Sevandija para a cadeia, todos nós estamos expostos a esse tipo de investida daqueles que desejam que o Brasil continue privativo para organizações criminosas, estejam essas organizações criminosas nas milícias dos morros cariocas, estejam essas organizações criminosas no Congresso Nacional Brasileiro. Nós não podemos tolerar que isso aconteça. Eu subo a tribuna essa noite profundamente consternado com a morte dessa colega vereadora, lutadora da cidade do Rio de Janeiro, num sinal de alerta: enquanto a população brasileira entender que política é coisa somente de políticos, nós, continuaremos reféns de assaltantes travestidos de políticos”.
Assista ao discurso: