Apesar de mais de dois terços dos pontos de ônibus de Ribeirão Preto serem apenas os famosos “espetinhos”, a Prefeitura gastou mais de R$ 175 mil na construção de sete pontos novos localizados nos corredores de ônibus ou próximos as novas obras de mobilidade, como no cruzamento das Avenidas Independência e Presidente Vargas.
Para o vereador Marcos Papa (Podemos), presidente da Comissão Permanente de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Mobilidade Urbana da Câmara, trata-se de mais um absurdo da atual Administração quando o assunto é sistema de transporte público.
“A Prefeitura não precisaria gastar nem R$ 1 se fizesse uma boa licitação para exploração de publicidade nos abrigos dos pontos de ônibus, a exemplo de São Paulo e Curitiba. A propaganda custearia pontos dignos com banco, cobertura e iluminação e ainda sobraria dinheiro para subsidiar parte da tarifa de ônibus. Passou da hora de termos pontos decentes, que atendam a população com dignidade”, defendeu Papa.
EXPLORAÇÃO ILEGAL
Em outubro de 2017, a atual Administração cancelou a exploração de publicidade que o Governo Darcy havia dado ilegalmente ao Consórcio PróUrbano e esse, por sua vez, havia terceirizado a uma empresa de São Paulo chamada Mídia Pull – em troca da manutenção e construção de 20 abrigos/ano. O cancelamento ocorreu após Papa denunciar e provar a ilegalidade que pode ter lesado os cofres públicos em R$ 12 milhões/ano.
Apesar de ter cancelado a exploração ilegal, passados quase cinco anos, até hoje o Governo Nogueira não concretizou uma licitação para exploração de publicidade nos pontos. Dados publicados pela Transerp mostram que, atualmente, Ribeirão Preto possui 3.029 pontos de ônibus, sendo que destes somente 881 são cobertos.
PONTOS CAROS
Em resposta a um requerimento de Papa, a Prefeitura, por meio da Divisão de Serviços Topógrafos da Secretaria de Obras Públicas, informou que um dos pontos novos – o localizado na adequação viária no cruzamento das Avenidas Portugal, Nove de Julho e Diederichsen e Diederichsen com Presidente Vargas – custou R$ 30 mil. Três custaram pouco mais de R$ 25 mil cada, um ficou em R$ 23 e outros dois em R$ 22 mil cada.
Os preços correspondem aos módulos que medem 4,0 x 2,0 metros cada. Ainda de acordo com a resposta, os custos desses novos pontos estão sendo pagos com dinheiro de financiamento da Prefeitura, via FGTS (PAC) e Finisa (Caixa Econômica Federal).