O vereador Marcos Papa (Podemos) quer que o secretário de Administração, Ricardo Fernandes Abreu, preste esclarecimentos à Câmara e a população sobre o atraso no salário dos motoristas do transporte público. A categoria recebeu apenas 50% do pagamento no quinto dia útil. Crítico ferrenho do atual sistema, Papa teme que o novo “calote” do Consórcio PróUrbano resulte em uma nova greve dos motoristas.
A última paralisação da categoria ocorreu há pouco mais de três meses por falta de acordo com o PróUrbano. Na época, os motoristas pleiteavam reajuste de 12,47% nos salários. Requerimento de Papa propondo a convocação do secretário será votado na sessão desta quinta-feira, dia 8. Se o requerimento for aprovado, a Mesa Diretora apresentará um projeto de Resolução que também precisará ser votado pelo plenário. A Administração é a Secretaria responsável pelo contrato de concessão do transporte público.
Para Papa, a Prefeitura deve exigir que o Consórcio pague os salários na integralidade. “Faz-se necessária e urgente a convocação do secretário porque os problemas com o PróUrbano são reiterados, são recalcitrantes em errar, em punir a população e em punir os motoristas. O problema não é de hoje para que se faça um convite”, frisou.
Papa, que preside a Comissão de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Mobilidade, emendou: “O secretário precisa prestar contas à população e aos motoristas, para que mostre porque ainda não estão na ponta do lápis os custos do sistema de transporte público, e para que a Prefeitura vá ao PróUrbano e determine que o salário seja pago imediatamente ou do contrário rescinda o contrato. É isso que a Prefeitura deveria fazer. A Darcy Vera foi a mãe das empresas de ônibus. Faltava o pai e esse pai é o Duarte Nogueira”.
No requerimento, o vereador ainda questiona as medidas que estão sendo tomadas pela Prefeitura para punir o PróUrbano por colocar os motoristas em situação de vulnerabilidade econômica e prejudicar a população com greves rotineiras. “Essa prática vem se tornando corriqueira, sob a alegação de desequilíbrio econômico do contrato, ainda que tenham recebido vultuosos valores do Poder Executivo”, criticou.
Por fim, Papa enalteceu que o PróUrbano não entrega serviço eficiente aos usuários, ainda que operando com tarifa elevada. “O transporte coletivo é um serviço essencial, em que o Poder Executivo pode operar por conta própria ou promover uma concessão do serviço, que deve ser fiscalizada com rigor, justamente para evitar colapsos, greves, e outras ações que prejudiquem o transporte. A despeito da revisão contratual em andamento, o Consórcio possui obrigações e deveres para com a prestação do serviço e o Executivo tem a obrigação de fiscalizar e cobrar um serviço minimamente adequado”, concluiu.