Em nossa cidade, como em todo o Brasil, a sociedade civil organizada divide com o governo uma série de ações filantrópicas, culturais, educacionais e sociais que, originalmente, deveriam ser mantidas completamente por prefeituras, estados e federação. É que a gente não aguenta ver outras pessoas sofrendo ou desesperançadas e acaba colocando a mão na massa, se incumbindo de creches, centros sociais, casas de repouso, bibliotecas, escolas de arte, enfim, a gente se vira para fazer o que os governos não são mais capazes! Muito bem, essa é a missão que escolhemos, mas o combinado era outro.
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Bom, que as finanças de Ribeirão Preto andam mal, você já sabe e sente na pele – seja pela falta de água, pelo excesso de buracos e pelo endividamento bancário da Prefeitura para o cumprimento de tarefas de rotina, pela reforma do calçadão no centro que nunca acaba, pelos postos de saúde fechados para reformas eternas, pelos atrasos injustificados em projetos de incentivo cultural, pelo fechamento de nossos parques e abandono de nossas áreas de proteção ambiental. Não há uma gestão municipal comprometida em resolver os problemas com criatividade e diálogo, mas uma prática que a prefeita desenvolveu de empurrar responsabilidades para baixo do tapete e inventar desculpas, geralmente, culpando as vítimas desse processo.
Nesse sentido, o que deveria ser um trabalho conjunto entre sociedade e governo, tem se transformado em terror para quem está lá na ponta, prestando o atendimento aos mais fragilizados. A Prefeita simplesmente deixa que a corda arrebente do lado mais enfraquecido, enquanto poderia fechar as torneiras do dinheiro que lhe escapa diariamente: falta de auditorias sérias nos serviços contratados e manutenção diária de probleminhas que, com o tempo e o abandono, se transformam em rombos no orçamento. Como pode estar à míngua, uma cidade com o nosso potencial regional de atração e geração de divisas?
Mesmo temendo represálias políticas, muitas entidades filantrópicas de Ribeirão Preto se mobilizaram e no ano passado, após o atraso de três meses em seus pagamentos, chegaram a ameaçar seu fechamento. Agora, o caso começa a se repetir. Desde agosto, não há recebimento dos repasses municipais às entidades.
Prefeita, mude de atitude, parta para o diálogo franco e sincero com quem pretende ajudar a cidade a melhorar, procure retomar as rédeas de seu governo e estabelecer bem suas metas de forma participativa e com os pés no chão! A senhora sabe que já passou da hora de acabar com esse ciclo terrível, no qual poucos oportunistas têm sido beneficiados de forma irregular, enquanto os mais valorosos e necessitados membros de nossa sociedade têm que apelar para a sorte para manter a cidade funcionando em um cenário de precariedade.