Crédito da foto: Milena Aurea/A Cidade

Estamos no mês em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, mas a nossa realidade, em Ribeirão Preto, ainda é triste. A novela da recuperação da Mata de Santa Tereza continua. Após quase três anos e meio do incêndio que destruiu 60% do maior fragmento de Mata Atlântica do nosso município, nada foi feito.

A Estação Ecológica é de grande importância para a preservação da biodiversidade local, incluindo a manutenção de duas espécies consideradas em extinção.

A situação mais parece um jogo de empurra-empurra, em que o Governo do Estado não assume sua responsabilidade em realizar o restauro florestal do remanescente. Ao invés disso, fica tentando jogar nas mãos de empresas que tenham débitos com o Estado para que elas assumam o problema, por meio de compensação ambiental.

Atualmente, uma empresa está em processo de finalização dos procedimentos para se tornar responsável pela recuperação de 40 hectares da mata. Esse número não chega nem a metade da área afetada e a recuperação ainda não tem previsão para começar.

Mas esse jogo não está correto. Digo mais: é lamentável. Uma vez que a Estação Ecológica está sob a responsabilidade do Estado, o governador deveria ter tomado as rédeas tão logo aconteceu o incêndio – repito: há quase três anos atrás. Ao invés disso, tenta se eximir da responsabilidade e põe a culpa na demora em conseguir empresas para realização de compensação ambiental.

A falta de interesse é tão grande que, quando solicito informações sobre o andamento do processo, nem ao menos respondem aos questionamentos. Desde o início acompanho o caso, participo de discussões e reuniões sobre o tema (veja mais em https://www.marcospapa.com.br/mata-de-santa-tereza/ e https://www.marcospapa.com.br/cade-mata-que-tava-aqui/), mas a morosidade no processo não deixa a situação andar para frente. E nesse meio tempo, quem sofre as consequências é a nossa Mata.

É uma falta de respeito com o meio ambiente e com os cidadãos de Ribeirão Preto que um patrimônio natural, como a Mata de Santa Tereza, seja conduzido de qualquer maneira, sem ações efetivas para a sua recuperação e sem prazos definitivos para que as atividades sejam iniciadas.

Continuarei acompanhando e cobrando providências. E, se necessário, irei acionarei a Justiça contra o Governo do Estado a fim de cobrar ações efetivas para que a nossa Mata volte a ter vida.