“Está na hora de pensarmos em qual cidade queremos viver: a que prioriza os veículos individuais motorizados ou a com pessoas caminhando mais nas ruas, reduzindo o trânsito e a poluição?”. O questionamento é do vereador Marcos Papa (Rede) e refere-se às obras do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) 2 da Mobilidade.
Por meio das respostas aos requerimentos em que solicitou estudos de tráfego dos viadutos do PAC 2 Mobilidade – Média Cidades, Marcos Papa foi informado que das seis propostas simuladas para o cruzamento das Avenidas Brasil com Mogiana duas apresentaram os melhores resultados: uma implica na construção de um viaduto e a outra em ampliação de vias e semáforos.
Porém, o que chamou a atenção de Marcos Papa é o custo estimado de cada uma das propostas (respectivamente R$ 9,7 milhões e R$ 2,6 milhões, segundo a Secretaria Municipal de Obras) e, principalmente, que a obra escolhida seria a que custará cerca de R$ 7 milhões a mais, sem considerar o valor das desapropriações de imóveis.
“Essa diferença de valor entre o viaduto e a ampliação de vias e semáforos na Avenida Brasil com a Avenida Mogiana poderia ser revertida para a mobilidade ativa, melhorando as condições das calçadas, implantando ciclovias e corredores de ônibus”, enfatizou Marcos Papa, que protocolará, ainda essa semana, um novo ofício à Prefeitura questionando a escolha do viaduto, exigindo um posicionamento concreto com laudos técnicos.
Marcos Papa ainda acrescentou: “A justificativa encaminhada pela Transerp é de que o viaduto vai atender a crescente demanda de veículos, como o tráfego pela evolução do uso e ocupação da região advento do aeroporto e da expansão imobiliária. Porém, os estudos apontam que ambas iriam funcionar a longo prazo”.
Estudos de tráfego
Relatório de Estudo de Tráfego realizado pelo Consórcio Mobilidade RP – Pentagono – COPEM aponta que duas propostas (1 e 6) apresentaram os melhores resultados, sendo que para a proposta 1 – referente a construção de um viaduto sobre a rotatória ligando a Avenida Brasil – há a necessidade de desapropriações.
Já a proposta 6 refere-se a ampliação de uma faixa na rotatória e em todas as aproximações com a implantação de semáforo nas quatro aproximações. Pela conclusão técnica do documento, ambas as propostas podem justificar a escolha do projeto a ser implementado.
Após alguns questionamentos, Marcos Papa obteve um segundo Relatório de Estudo de Tráfego, este realizado pela Tranzum – Planejamento e Consultoria de Trânsito, apontando que a proposta 1 (viaduto) funcionaria com restrições em 15 anos e a proposta 6 (ampliação de vias e semáforos) funcionaria integralmente.
“Existem estudos de cidades que já mapeiam as zonas no entorno dessas estruturas viárias elevadas indicando que o entorno imediato de um viaduto, muitas vezes, se esvazia ou reduz a vitalidade dos usos das edificações e dos espaços públicos em suas imediações, criando uma cicatriz e dificultando a mobilidade de pedestres, entre outros danos para as cidades. Além de que o custo de viadutos elevados normalmente é bem superior a soluções no nível térreo”, reforçou Marcos Papa.