Com placar apertado de 12 x 10 votos, a Câmara de Ribeirão Preto aprovou, na sessão legislativa remota desta terça-feira, dia 1° de junho, o projeto de Lei que deu aval ao Executivo para repassar R$ 17 milhões ao Consórcio PróUrbano. A discussão em torno do projeto foi acalorada e se arrastou por horas.
Crítico ferrenho do transporte público municipal, o vereador Marcos Papa (Cidadania) aproveitou cada minuto regimental, em quatro momentos, para detonar o atual sistema ao expor, detalhadamente, os problemas do serviço prestado, ao longo de uma década, e as falhas da Prefeitura, da Transerp e da concessionária.
Papa já havia antecipado seu voto contra o subsídio que se justificaria pelo alegado prejuízo que o PróUrbano teria acumulado ao longo dos 14 meses de pandemia e pela necessidade de veículos extras para evitar aglomerações nos ônibus.
“Mais do nunca, Ribeirão Preto tomou ciência do fracasso que é essa Administração na gestão do transporte público. Lamento a escolha da Prefeitura, que é complacente, que é leniente, que é omissa, que é covarde com os usuários e com a população toda. Continuaremos cumprindo o nosso papel, mas, mais do nunca, essa Administração, no que se refere ao transporte público, confessou que tem uma concessão fracassada, um Consórcio desiquilibrado, que a vulnerabilidade caiu sobre os usuários e a população em geral, e que ela, a Administração, escolheu a forma mais fácil, que foi transferir dinheiro público para tentar salvar uma licitação que ela mesma não fiscalizou”, disparou Marcos Papa.
O vereador, que há nove anos luta por melhorias no sistema e coleciona vitórias em favor dos usuários, concluiu sua fala desafiando a Prefeitura a dar transparência aos números e as ações. “A Prefeitura não fez a fiscalização da saúde das empresas, aceita um contrato declarado ilegal pelo Tribunal de Contas, aceita um contrato assinado por uma organização criminosa, aceita tudo passivamente virando as costas para os usuários, virando as costas para a cidade toda. Agora, tendo reiteradamente descumprido o contrato, desafio aqui a Prefeitura a mostrar as auditorias feitas, o acompanhamento da saúde financeira das empresas”, encerrou.
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