“O objetivo da Educação Ambiental é sensibilizar pessoas acerca de questões ambientais, independente da faixa etária. Entretanto, muitas vezes as termologias são usadas de forma errada, por exemplo, a confusão entre os termos conservação e preservação do meio ambiente. Além disso, a Educação Ambiental não é pontual: jogue lixo no lixo. Trata-se de um processo pedagógico amplo. Ao sensibilizar pessoas o aprendizado se torna intrínseco, a pessoa começa a entender todo o processo e se ver como parte dele. Quando se fala em Biodiversidade muita gente não sabe que nós fazemos parte dela”.
A declaração é da doutora em Biologia, pedagoga e educadora Ambiental Giselle Alves Martins, e ocorreu em conversa com o vereador Marcos Papa, que é presidente da Comissão de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Mobilidade Urbana da Câmara.
Giselle é uma das organizadoras do Projeto “Educação para Sustentabilidade: Diálogos Interdisciplinares”, e-book de formação continuada para professores, publicado em novembro do ano passado, no Portal de Livros Abertos da USP. O projeto, que envolve uma equipe interdisciplinar com diversos níveis de formação e atuação, também tem como organizadora a professora doutora da USP Fernanda da Rocha Brando.
O projeto
Aberto ao público, mas com foco em professores da Rede Pública de Ensino, o projeto foi financiado pela Pró-reitoria de Cultura e Extensão da USP, fruto de uma parceria do LEDiB (Laboratório de Epistemologia e Didática da Biologia), coordenado por Fernanda, com a Diretoria de Ensino de Ribeirão Preto.
O rico material aborda temas transversais ao longo de 160 páginas: Interdisciplinaridade, ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), Agenda 2030, BNCC e temas ambientais específicos, como resíduos e compostagem, biodiversidade e água.
“Esperamos que esse material seja amplamente divulgado, que chegue ao maior número de pessoas possível e que apareçam outras oportunidades de cursos e palestras. Como pedagoga avalio ser de extrema necessidade que as pessoas se interessem e sintam parte da aprendizagem sobre o meio ambiente”, destacou.
Giselle ainda acrescentou: “Se a informação não for bem passada pode confundir as pessoas. Como educadora ambiental meu apelo é para que incluam a Educação Ambiental em grades de ensino e que aconteçam a contratação de profissionais qualificados da área. A presença do educador ambiental nas escolas, além de dar suporte pedagógico aos professores, é fundamental para o aprofundamento de temas ambientais, incentivando, também, ações como o gerenciamento de água e energia, a construção de hortas e composteiras e a redução no uso de papéis e descartáveis, por exemplo”.