Quando discorremos sobre sustentabilidade em relação ao uso da bicicleta, não se trata apenas dizer que é um meio de transporte não poluente contribuindo apenas com o meio ambiente. Vai muito além disso. Envolvem questões econômicas, sociais e de saúde pública.
Não é novidade para ninguém quando vemos nos noticiários, lemos nos jornais ou ouvimos em rodas de conversa comentários sobre a crise econômica que assola nosso país e quando pensamos na bicicleta, temos uma alternativa barata e democrática frente aos altos gastos com combustível, impostos e manutenção de veículos (automóveis, motos e similares), taxas de estacionamento e que independe da classe econômica é possível se ter uma “magrela” por valores acessíveis. Além disso, a bicicleta favorece a economia do município, gerando novos postos de trabalho, com estabelecimentos para reparos e venda de bicicletas e seus acessórios. No âmbito social, o ato de pedalar dá uma sensação de liberdade, uma forma de fazer novos amigos nos caminhos que são percorridos, por pessoas que usam a bicicleta como meio de transporte melhorando, principalmente níveis de obesidade e diabetes que tanto prejudicam a população e preocupam o sistema de saúde.
Mas de nada adianta discutirmos sobre os benefícios para quem pensa em adotar a bicicleta como meio de transporte se não há locais seguros e próprios para quem pensa em mudar sua forma de deslocar por meio de um transporte sustentável. Quando nos referimos a segurança, temos dois sentidos: evitar e o outro é no sentido de garantir a vida de ciclistas por meio da implantação de ciclovias, visando garantir a segurança e evitar acidentes, muitas vezes fatais. É notório ressaltar que ao ser implantada uma ciclovia, esta deve ser bem projetada com asfalto e não com concreto e deve ter a devida manutenção tanto em relação a limpeza, roçada (se houver), iluminação e sinalização.
Considerando que em Paris (1862), foram implantadas as primeiras ciclovias numa época em que as bicicletas compartilhavam com carroças e charretes e estarmos no Brasil, em Ribeirão Preto que é numa cidade de grande porte e das principais do estado, em 2016 e termos pouco mais de 9 km sem as devidas condições…o que dizer? Situação arcaica, fóssil, obsoleta ou simplesmente descaso ou ignorância?