A intolerância é mãe da violência. Nós estamos construindo a paz.
Nossa sociedade mata 55.000 brasileiros a bala por ano, o mesmo que nossos
irmãos sírios mataram nessa guerra que infelizmente está longe de terminar.
Então, calma!
Eu também estou triste porque Marina Silva foi difamada, xingada e até
ameaçada pelo Lula, PT e Stédile dentre outros, sem nunca ter dirigido um
ataque sequer a essas pessoas e partido, pelo contrário, reconheceu alguns
avanços promovidos.
Marina nunca disse que Severino Cavalcante, o do Mensalinho, era “vítima das
elites brancas de São Paulo”, nem que a crise de 2008 foi provocada por “loiros
de olhos azuis”, nem que a oposição iraniana “chorava uma derrota de Fla-
Flu” quando na verdade estava sendo massacrada pelo Ahmadinejad, então
presidente do Irã.
É verdade que a atual governante venceu com pequeníssima diferença de votos
diante do todo, mas venceu e democraticamente vamos respeitar a vitória.
Somos 142.822.046 de eleitores. Destes, 54.501.118 votaram no governo e
51.041.155 na oposição. A diferença de 3.459.963 significa apenas 3,28% dos
votos válidos.
Somados os indiferentes com os votos da oposição, somos 88 milhões de
eleitores descontentes com esse governo, ou seja 62%.
Dilma tem uma grande lista de tarefas que negligenciou e pôs o país a perder
mas pode fazê-las com o impulso dessa vitória. Duvido que fará.
Ela não tem time e provou nos últimos 4 anos que não sabe administrar a
economia de forma sistêmica. As desonerações de impostos que criaram
distorções nas cadeias produtivas são exemplos das ações pontuais e
desconectadas que afundaram o país na estagnação(o país crescerá apenas 0,6%
em 2014) com inflação na casa dos 7%, mesmo tendo segurado eleitoreiramente
os aumentos de preço da gasolina e energia.
A falta de austeridade fiscal trouxe a inflação de volta; o intervencionismo estatal
na economia afugentou os investidores, que são os grandes responsáveis pelos
empreendimentos que criam empresas, geram riquezas, emprego e renda.
O Brasil é sempre lanterninha nos rankings de competitividade global por conta
do Custo Brasil. Essa colocação não melhorou nos últimos 12 anos.
O empreendedor brasileiro está entre os que mais gastam tempo pagando
impostos porque nosso sistema tributário é um manicômio. Há que se ter
disposição política para resolver isso.
Não economizou dinheiro para pagar os juros da dívida, que aumentou e jogou
gasolina na fogueira inflacionária. Haja carga tributária para pagar essa conta!
A Petrobrás está sendo atacada de dois lados: o governo interfere em seu
fluxo de caixa controlando o preços dos produtos que ela vende, fazendo com
que fique descapitalizada e com elevado endividamento. Uma das graves
consequências disso é que depois que Lula sujou as mão no óleo do pré-sal,
nunca mais fomos auto-suficientes em petróleo. A outra é o desmantelamento
da cadeia produtiva do etanol, que já fechou 70 usinas e causou mais de 3.000
desempregos na indústria de base.
Não são opiniões minhas, são os fatos. A lista é grande, vamos ficar atentos e
cobrar.
O Brasil sobreviveu apesar do governo que, se agora ajudar, pode nos
recolocar num ambiente de desenvolvimento e que esse seja inspirado pela
sustentabilidade.
Marcos Papa