Presidida pelo vereador Marcos Papa (Rede), a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara que investiga casos de eutanásia praticados pela CBEA (Coordenadoria de Bem-Estar Animal) ouvirá, nesta terça-feira (11), o veterinário Ricardo de Almeida Souza, proprietário da Clínica Veterinária Ricardo, empresa contratada pela Prefeitura para recolher animais de grande porte soltos em vias públicas.
Aberta ao público, a oitiva será realizada às 16h, na Sala das Comissões da Câmara. A reunião estava inicialmente marcada para esta segunda-feira (10), mas foi adiada em um dia a pedido do veterinário, que tinha viagem marcada com antecedência.
A convocação do veterinário deve-se a eutanásia realizada em um cavalo, no bairro Branca Salles, há três semanas. O animal foi sacrificado pelo motorista da Clínica Ricardo sem a presença de veterinário para avaliar as condições e a necessidade de eutanásia.
À CPI da Eutanásia, durante oitiva na semana passada, Gilson Aparecido Alves de Campos admitiu não ter feito treinamento para realização de eutanásias. O motorista afirmou ainda ter sacrificado o cavalo por ordem de Carolina Vilela, responsável pela CBEA, e da protetora Janaina Gimenez, que acionou a Coordenadoria para o caso.
Já Carolina, em depoimento à CPI, também na última semana, enfatizou que a Clínica Veterinária Ricardo está descumprindo cláusulas contratuais, como a realização de exames, carteira de vacinação e emissão de laudos de eutanásia. Antes de ser convocada a prestar esclarecimentos à CPI, Carolina havia cobrado a empresa apenas verbalmente.
Com a convocação, Carolina formalizou até junto ao CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária) a cobrança da empresa pelo cumprimento do contrato. À coordenadora disse ter apenas “apoiado” a eutanásia e não determinado, como alegou Gilson Aparecido.
Por fim, a coordenadora admitiu que nunca fiscalizou o cumprimento do contrato em diligências para eutanásia ou recolhimento de animais. Entretanto, Carolina elogiou o local onde ficam os animais de grande porte após serem recolhidos pela terceirizada.
Além de Janaina, participou da reunião da última semana, como convidada, a protetora Daniela Campos. Para Marcos Papa, mais uma vez, a CPI contabilizou importantes revelações, que vão desde descumprimentos de cláusulas contratuais, como a ausência de veterinário 24h, até o fato de o cavalo ter sido enterrado pelo Daerp ao lado de uma nascente no bairro.
“Na nossa jovem democracia lidamos com algumas questões de pessoas que não entendem as diferenças entre os Poderes Executivo, Legislativo e Poder Judiciário. Aqui é Legislativo, nós estamos investigando, a CPI está trabalhando, estamos fazendo mais uma revelação: o contrato de recolhimento de animais de grande porte não prevê prazo para o recolhimento. É mais uma falha grave cometida pela CBEA”, frisou o parlamentar.
Marcos Papa esteve na Delegacia de Polícia, na tarde desta segunda (10), registrando boletim de ocorrência devido ao local onde o corpo do cavalo foi enterrado: uma nascente.
Assista a reunião extraordinária realizada pela CPI da Eutanásia, no dia 3 de setembro: