Presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara que investiga casos de eutanásia praticados pela CBEA (Coordenadoria de Bem-Estar Animal), o vereador Marcos Papa (Rede) registrou boletim de ocorrência, na última segunda (10), apontando ilegalidades no caso de um cavalo abandonado no bairro Branca Salles.
Depois de agonizar por cinco dias, o animal foi morto pelo motorista da clínica contratada pela prefeitura para recolher animais de grande porte abandonados em vias públicas. O corpo do cavalo foi enterrado por servidores do Daerp ao lado de uma nascente.
“No nosso entendimento são três ilegalidades cometidas nesse caso. Vamos instruir o inquérito que corre no Ministério Público e juntar esse B.O. aos autos da CPI. Espero que essas autoridades sejam responsabilizadas. Crueldade contra os animais e irresponsabilidade com a saúde pública são mais aceitáveis em 2018”, frisou.
Marcos Papa ainda acrescentou: “Estive lá no local onde o cavalo foi enterrado. Esse córrego atravessa a cidade inteira. É uma nascente de água que nós podemos estar bebendo dela agora. Tem lei estadual que diz que o corpo desse animal deveria ser incinerado e jamais enterrado próximo a uma nascente”.
Com o registro do boletim de ocorrência, a Polícia Civil solicitaria à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) que enviassem técnicos ao local onde o cavalo foi enterrado para emissão de um parecer técnico sobre os riscos de contaminação.
Assista o vídeo sobre o boletim de ocorrência:
Acabo de registrar BO por entender que o cavalo ilegalmente eutanasiado no Branca Salles, foi enterrado de maneira também ilegal próximo a uma nascente.
Posted by Marcos Papa on Monday, September 10, 2018
Em depoimento à CPI da Eutanásia, o motorista Gilson Aparecido Alves de Campos, disse ter eutanasiado o cavalo com o aval de Carolina Vilela, responsável pela CBEA. Já Carolina em depoimento declarou que “apoiou” o sacrífico, mas que “não determinou”.
Proprietário da clínica, o veterinário Ricardo de Almeida Souza, em depoimento à CPI, no dia 11 de setembro, acusou Carolina de desconhecer o contrato que ela assina há mais de um ano e meio e afirmou que não estava realizando alguns serviços previstos no contrato, devido a um acordo verbal que teria feito com a responsável pela CBEA, no início de 2017, para que o valor mensal da contratação caísse de cerca de R$ 31 mil/mês para R$ 24 mil/mês.
Assista ao depoimento de Ricardo:
Assista ao depoimento de Gilson e Carolina:
A Comissão Parlamentar de Inquérito da Eutanásia aguarda respostas oficiais para definir as próximas oitivas, possíveis diligências ou encerramento dos trabalhos.