O vereador Marcos Papa (Rede) quer convocar o superintendente da Transerp para uma sabatina na Câmara de Ribeirão Preto. O pedido de convocação deve-se a uma licitação aberta pela Transerp para contratação de serviços técnicos especializados em auditoria e apoio à gestão do sistema de bilhetagem eletrônica do transporte público.
Crítico ferrenho ao atual sistema de transporte público do município, Marcos Papa, que presidiu a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Transporte, por diversas vezes questionou os representantes da Transerp e do Consórcio PróUrbano, durante a fase de oitivas, sobre a segurança e a confiabilidade do sistema de bilhetagem.
“A contratação de uma auditoria agora é, no mínimo, suspeita. A administração não auditava os dados repassados pelo PróUrbano, pelo menos não da forma correta, não como deveria. Sempre valeu a palavra do Consórcio, que afirmou em CPI que o sistema de bilhetagem utilizado era inviolável”, ressaltou o vereador Marcos Papa.
O requerimento de convocação foi protocolado na quinta-feira (31) e deve ser votado em plenário ainda essa semana. Para Marcos Papa, o governo está dois anos atrasada em relação ao assunto e retrocede ao pagar algo que deveria ser custeado pelo PróUrbano.
“O valor dessa auditoria deve ser pago pelo PróUrbano e não pela população. Em São Paulo, a base de dados da bilhetagem é feita pelo Poder Público e, posteriormente, auditada pela concessionária, se essa assim desejar. Ou seja, o ônus, o gasto da prova é do prestador do serviço e não da contratante, no caso a Prefeitura”, enfatizou.
Na justificativa, a Transerp afirma que, para exercer plenamente suas atividades de gestão e fiscalização do sistema, deve dispor de meios que garantam que as informações relacionadas à bilhetagem eletrônica apresentem confiabilidade e detalhes suficientes para permitir análises técnicas e financeiras por parte de seus analistas.
“O sistema de bilhetagem eletrônica deve ser auditado para se verificar a sua integridade e, se for o caso, passar por um processo de evolução, garantindo a correção dos problemas e inclusão de ferramentas de auditoria continuada. As ferramentas de auditoria continuada possibilitam que todas as transações sejam validadas e auditadas durante a sua execução e que sejam disponibilizadas simultaneamente à Transerp e à concessionária”, argumentou.
Dentre os objetos de análise estão: mapa dos cartões, por categoria de usuário, processo de inicialização dos cartões de usuários, características de implementação dos SAMs (Security Access Manager) dos equipamentos que integram a bilhetagem eletrônica, processo de inicialização dos SAMs, procedimentos de segurança na cópia de chaves de acesso, transações de inicializações assinadas, software do validador, integridade do cartão, software do ponto de venda e transferência de créditos com visão transacional.