Autor da denúncia de três dos quatro esquemas de corrupção desmantelados pela Operação Sevandija, o vereador Marcos Papa (Cidadania) acionou o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) referente ao levantamento do sigilo na Ação Civil Pública que trata do esquema de corrupção entre a Aegea e o Daerp.

Ao longo de uma extensa explanação, o diretor da Aegea Jorge Carlos Amin revelou o pagamento de “mesada” de R$ 25 mil ao então diretor do Daerp, Luiz Alberto Mantilla Rodrigues, e outra, no mesmo valor, para sua equipe, totalizando R$ 50 mil/mês. Papa questionou o Gaeco se houve ou há investigação a respeito dessa menção de pagamentos ilícitos, assim como a identificação da equipe e se permanece na autarquia.

Na última segunda-feira (24), Papa se reuniu virtualmente com o promotor do Gaeco Frederico Mellone de Camargo, que participou das investigações relacionadas a Sevandija, que resultaram na prisão e responsabilização de agentes políticos envolvidos no esquema e num ressarcimento milionário aos cofres do Daerp, somando R$ 56 milhões. O promotor informou que as investigações não chegaram até os servidores.

Na última terça-feira (25), a Câmara aprovou um requerimento de autoria de Marcos Papa que questiona o Executivo sobre as providências tomadas junto ao Daerp com base na revelação de “mesada” para servidores da autarquia. O vereador pontua se houve alguma sindicância ou processo administrativo interno com o objetivo de descobrir quais servidores formavam a equipe de Mantilla, considerando que o sigilo dos autos não se aplicava as partes do processo, tendo a Administração acesso às informações.

Diante de eventual negativa, Papa questiona quais medidas o Poder Executivo pretende adotar para verificar a veracidade da declaração do diretor da Aegeae. Por fim, o parlamentar lembra que com a aprovação da Reforma Administrativa criou-se uma Controladoria Geral do Município e também questiona quando a pasta será efetivada para assumir de forma efetiva a apuração dos fatos elencados.     

“Estamos falando do maior esquema de corrupção da história de Ribeirão Preto. Nenhum envolvido pode ficar impune. A Prefeitura precisa checar a veracidade desse depoimento, se o Mantilla realmente repassava dinheiro ilícito a uma equipe do Daerp ou se eventualmente ficava com tudo. Se houve mesada para servidores, esses devem ser desligados da autarquia”, enfatizou Papa, que presidiu a CPI do Daerp na Câmara.

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