Em agosto de 2016, foi aprovado na Câmara um projeto do Executivo Municipal que instituía a Política Municipal de Saneamento Básico, que anexava e automaticamente aprovava, o Plano Municipal de Saneamento Básico. Este plano contém mais de 800 páginas e eu acredito que, dificilmente, os vereadores da Casa tiveram tempo hábil e corpo técnico para avaliar o que estava sendo ali votado, até porque foi colocado à votação a toque de caixa.
Este Plano continha uma série de inconsistências, como os Relatórios finais e prognósticos apresentados no Plano Municipal de Saneamento Básico, que não atendem minimamente os objetos e objetivos contidos no Processo de Compras n° 1.341/12; não foram apresentados diagnóstico e prognóstico de microdrenagem sob o argumento de que o Município de Ribeirão Preto não possui um cadastro para a elaboração do relatório, porém, os levantamentos e o cadastro fazem parte objeto do edital da Concorrência Pública e do Processo de Compras daquela consultoria contratada; o relatório e o prognóstico de água não representam a realidade da cidade, pois os números utilizados são distorcidos e manipulados, principalmente no que tange às perdas de água.
A gota d’água foi quando as investigações da Sevandija evidenciaram que o ex-diretor técnico do Daerp inventava os dados de perda de água; os dados econômicos dos estudos não apresentam as dotações orçamentárias, as referências corretas, não sendo possível traçar com segurança os prognósticos apresentados. Estas são apenas algumas dentre outras tantas falhas presentes no Plano de Saneamento Básico aprovado pela Câmara em agosto. Fica claro que a base aliada aprovou às pressas, mesmo sabendo que se tratava de mais uma irresponsabilidade da então prefeita.